Coronavírus e COVID-19: o que as pessoas com câncer precisam saber

September 26, 2022
Merry Jennifer Markham, MD, FACP, FASCO

Esta postagem não está mais sendo revisada. Ela foi primeiramente publicada em 3 de março de 2020. Ele recebeu o prêmio de Distinção do eHealthcare Awards na categoria Melhor comunicação relacionada à pandemia de COVID-19. Para outros recursos sobre a COVID-19, consulte os recursos e links de informações na parte inferior desta postagem.

Dra. Merry Jennifer Markham, FACP, FASCO, é a Chefe interina da Divisão de Hematologia e Oncologia da University of Florida (UF), professora médica da Escola de Medicina da UF e diretora adjunta de assuntos médicos no Centro de Câncer da UF. Ela é especialista no tratamento de cânceres ginecológicos. A Dra. Merry é editora adjunta do Cancer.Net para cânceres ginecológicos e foi presidente do Comitê de Comunicações sobre o Câncer da American Society of Clinical Oncology [Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO)]. Siga-a no Twitter @DrMarkham.

A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) está ciente de que pessoas com câncer e sobreviventes de câncer, principalmente pessoas com o sistema imune comprometido, provavelmente estão preocupadas com o possível impacto da COVID-19 em sua saúde. Os pacientes devem conversar com seus oncologistas e equipes de cuidados de saúde para discutir suas opções para se proteger da infecção.

O que eu preciso saber sobre as vacinas contra a COVID-19?

Há várias vacinas contra a COVID-19 em uso atualmente em diferentes partes do mundo. Nos Estados Unidos, as 4 vacinas autorizadas para uso são fabricadas pela Pfizer-BioNTech (Comirnty), Moderna (Spikevax), Janssen, fabricadas pela Johnson & Johnson e Novavax. Globalmente, outras vacinas estão disponíveis ou em processo de recebimento de listagem para uso emergencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

As vacinas disponíveis contra a COVID-19 são eficazes contra a maioria das variantes do vírus. No entanto, as variantes ainda podem causar doenças em algumas pessoas que são vacinadas. A variante Ômicron, por exemplo, é mais infecciosa do que a variante Delta e pode causar infecções episódicas em pessoas que são vacinadas. Doses de reforço são importantes para ajudar a reduzir o risco de uma infecção irruptiva. Em 31 de agosto de 2022, a Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (Food and Drug Administration, FDA) autorizou o uso de formulações bivalentes das vacinas contra a COVID-19 da Pfizer e da Moderna, chamadas de reforços atualizados, que devem oferecer melhor proteção contra a COVID-19 causadas pelas subvariantes de ômicron, BA.4 e BA.5. Para pessoas nos Estados Unidos com mais de 12 anos, esses reforços atualizados substituíram os reforços originais.

Há muitas doses de vacina disponíveis nos Estados Unidos. Você pode encontrar vacinas contra a COVID-19 perto de você procurando no site vaccines.org (em inglês), verificando com as principais farmácias de varejo ou ligando para 1-800-232-0233. A distribuição da vacinação varia de país para país. Verifique com a secretaria de saúde local ou nacional para saber mais sobre como as vacinas estão sendo distribuídas na sua região.

Série de vacinação primária para a maioria das pessoas. Vacinas contra COVID-19 são recomendadas para todas as pessoas a partir de 6 meses de idade, e doses de reforço são recomendadas para pessoas elegíveis com 5 anos de idade ou mais.

  • Pfizer-BioNTech. Nos Estados Unidos, a vacina Pfizer-BioNTech, uma vacina monovalente de mRNA, está aprovada como uma série primária de 3 doses para crianças de 6 meses a 4 anos de idade e como uma série primária de 2 doses para pessoas com 5 anos de idade ou mais.

  • Moderna. A vacina Moderna, uma vacina monovalente de mRNA, está autorizada para uso em pessoas a partir de 6 meses de idade e mais. É administrado em duas doses, com um mês de intervalo.

  • Johnson & Johnson/Janssen. A vacina Janssen é administrada em uma dose e está autorizada para indivíduos com 18 anos ou mais que não podem receber a vacina Pfizer-BioNTech ou Moderna ou que, de outra forma, não receberiam uma vacina contra a COVID-19.

  • Novavax. A vacina Novavax contra a COVID-19 é aprovada para pessoas com 18 anos de idade ou mais e é administrada em duas doses, com intervalo entre 3 e 8 semanas.

Série de vacinação primária para pessoas que estão moderada ou gravemente imunocomprometidas. Pessoas que estão sendo tratadas para câncer no sangue (como leucemia ou linfoma) ou que tiveram um transplante de medula óssea/célula-tronco ou órgão são consideradas moderada ou gravemente imunocomprometidas. Esta categoria inclui muitas pessoas com câncer. As pessoas nessa situação podem não ter uma resposta imunológica poderosa a uma vacina contra a COVID-19, portanto, uma dose adicional e uma dose de reforço são recomendadas.

Os indivíduos nesse grupo devem receber uma dose extra da vacina contra COVID. Isso significa uma série primária de 3 doses da vacina Pfizer-BioNTech ou Moderna ou 2 doses da vacina Janssen. Uma dose adicional não é a mesma que uma dose de reforço. Em vez disso, faz parte da série primária de vacinações. A dose adicional deve ser administrada pelo menos 28 dias após a dose anterior.

Dose de reforço atualizada. A FDA autorizou reforços bivalentes atualizados para a maioria das pessoas com 12 anos ou mais. Esses reforços atualizados são diferentes dos reforços monovalentes originais que foram recomendados anteriormente e que você já pode ter recebido. Os reforços atualizados da Moderna e Pfizer-BioNTech estão autorizados para uso como dose única de reforço em indivíduos com 18 anos ou mais (para a Moderna) e 12 anos ou mais (para a Pfizer-BioNTech). Um desses reforços atualizados pode ser administrado 2 meses após o término da série primária de vacinas ou recebimento de um dos reforços originais. Pessoas com 12 anos de idade ou mais só podem receber o reforço atualizado; elas não podem mais receber um reforço original (novalento) de mRNA. A FDA e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention, CDC) dos EUA autorizaram o uso de doses de reforço de “mistura e compatibilidade”, portanto você pode receber um reforço (se for elegível), independentemente da vacina que recebeu como sua série primária. Crianças com idades entre 5 e 11 anos ainda receberão o reforço original da Pfizer-BioNTech.

Efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais comuns esperados das vacinas da Pfizer BioNTech e Moderna incluem dor no local da injeção, cansaço, dor muscular, dor de cabeça, calafrios, dor nas articulações e febre. Os efeitos colaterais devem ser esperados, e esses efeitos colaterais desaparecerão dentro de 3 dias. Algumas vezes, os efeitos colaterais são piores com a segunda dose, mas novamente, esses efeitos colaterais devem desaparecer em até 3 dias. Se você ainda tiver efeitos colaterais mais de 3 dias após a dose da vacina, informe seu médico.

Um efeito colateral raro da vacinação contra a COVID-19 é o inchaço dos linfonodos na axila, que pode ser confundido como um sinal de câncer de mama. Devido a esse efeito colateral incomum, adie sua mamografia por pelo menos 1 mês após receber a vacina contra COVID-19.

Os efeitos colaterais mais comuns da vacina Janssen foram dor no local da injeção, dor de cabeça, fadiga, dores musculares e náusea. A maioria desses efeitos colaterais foi de gravidade leve a moderada e durou de 1 a 2 dias.

Segurança em pessoas com câncer. Os especialistas concordam que a vacina contra a COVID-19 é recomendada para pessoas com câncer, sobreviventes de câncer e pessoas atualmente recebendo tratamento contra o câncer, incluindo quimioterapia e imunoterapia. As melhores evidências disponíveis sugerem que as chances de morrer ou apresentar complicações graves da COVID-19 são quase 2 vezes maiores (em inglês) se você for uma pessoa com câncer do que uma pessoa sem câncer. As únicas pessoas que não devem receber a vacina são as pessoas que podem ter uma reação prejudicial, como anafilaxia, a um componente específico da vacina. Converse com seu médico ou sua equipe de tratamento do câncer para ver se alguma vacina contra a COVID-19 é recomendada para você, com base no seu próprio histórico médico. 

Embora os estudos clínicos originais da vacina contra a COVID-19 não tenham incluído especificamente pessoas com câncer, incluindo a vacina contra pneumonia pneumocócica e a vacina contra a gripe. Algumas vacinas podem ser tomadas durante o tratamento do câncer, quando o sistema imune está fraco, mas algumas vacinas, como vacinas com vírus vivos, não devem ser tomadas durante o tratamento do câncer. As vacinas contra a COVID-19 não são vacinas de vírus vivo e podem ser administradas durante ou após o tratamento do câncer.

Depois de ser totalmente vacinado. Depois de ter sido totalmente vacinado, e se você morar em uma área com taxas muito baixas de COVID-19, o CDC recomenda que você retome as atividades que fazia antes da pandemia, sem usar máscara ou distanciamento físico. No entanto, se você estiver em uma área em que a disseminação é substancial ou alta, recomenda-se o uso de uma máscara em ambientes internos e em público. (Você pode visualizar o nível de disseminação da comunidade em seu país no site do CDC [em inglês].) Na maioria dos casos, os indivíduos não estão totalmente vacinados contra a COVID-19 até 2 semanas após a dose final da vacina. No entanto, em algumas áreas, talvez ainda seja necessário usar máscara e manter o distanciamento físico, como em hospitais ou clínicas, transportes públicos e outros. Além disso, algumas leis locais, estaduais ou federais ainda podem exigir essas precauções. Certifique-se de ver quais precauções ainda serão exigidas na sua região verificando com seu governo local.

Se você tiver mais perguntas sobre as vacinas contra a COVID-19, você pode encontrar respostas em www.getvaccineanswers.org. (Observe que este link o levará a um site separado em inglês.)

O que é a COVID-19?

COVID-19, ou doença por coronavírus 2019, é uma doença causada por um novo coronavírus que foi identificado pela primeira vez em um surto em Wuhan, China, em dezembro de 2019. 

Coronavírus são uma grande família de vírus que podem causar doenças leves, como resfriado comum, e doenças mais graves, como síndrome respiratória aguda grave (Severe Acute Respiratory Syndrome, SARS) e síndrome respiratória do Oriente Médio (Middle East Respiratory Syndrome, MERS). Como o novo coronavírus está relacionado ao coronavírus associado à SARS (SARS-CoV), o vírus foi identificado como SARS-CoV-2. A origem exata de SARS-CoV-2, que causa a COVID-19, não está clara, mas provavelmente se originou em morcegos.

O vírus pode se espalhar de pessoa para pessoa, por meio de pequenas gotículas do nariz ou boca que são produzidas quando uma pessoa tosse ou espirra. Outra pessoa pode pegar a COVID-19 ao respirar essas gotículas ou ao tocar uma superfície que tenha essas gotículas e, em seguida, tocar em seus olhos, nariz ou boca. O vírus se espalha através de contato próximo, mas também pode ser se espalhado por transmissão no ar. Em um espaço fechado, as partículas virais podem permanecer no ar por minutos a horas e podem infectar pessoas a mais de 2 metros de distância.

Os sintomas da COVID-19 podem ser moderados a graves e podem aparecer entre 2 e 14 dias após a exposição ao vírus. Os sintomas podem incluir febre, tosse, falta de ar, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta e perda do paladar ou odor. Outros sintomas podem incluir dores, fadiga, congestão nasal ou coriza, ou diarreia. Em algumas pessoas, a doença pode causar pneumonia grave e problemas cardíacos, e isso pode levar à morte. Outras pessoas que estejam infectadas podem não desenvolver nenhum sintoma.

A COVID-19 pode ocorrer em crianças e adultos. Crianças com COVID-19 podem apresentar risco de síndrome inflamatória multissistêmica, com sintomas como erupção cutânea, febre, dor abdominal, vômito e diarreia. No entanto, pessoas de todas as idades, incluindo bebês, podem morrer dessa doença. Além disso, as mortes parecem ocorrer desproporcionalmente em diversas populações, incluindo populações negras e hispânicas. As pessoas que são vacinadas contra a COVID-19 têm uma probabilidade muito menor de morrer da infecção.

Uma análise de 928 pessoas com câncer e COVID-19 (em inglês), apresentada durante o Programa Científico Virtual da Reunião Anual de 2020 da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), revelou que ter câncer ativo e em progressão estava associado a um risco 5 vezes maior de morrer em 30 dias, em comparação com pacientes que estavam em remissão do câncer.

Os vírus comumente mudam ao longo do tempo através de mutações, e diversas variantes do vírus SARS-CoV-2 foram identificadas. Por exemplo, a variante Delta do vírus foi identificada em dezembro de 2020 na Índia, depois no Reino Unido, e rapidamente se tornou dominante em muitos países, incluindo os Estados Unidos. A variante Ômicron se espalha mais facilmente do que a variante Delta. Pessoas não vacinadas correm maior risco de adquirir essas variantes e correm maior risco de doenças graves e hospitalização.

O que posso fazer para evitar contrair COVID-19?

Quatro vacinas receberam autorização da FDA nos Estados Unidos. A maneira mais importante de se proteger é se vacinar contra à COVID-19. Se você não estiver vacinado, deve considerar o uso de máscara enquanto estiver em público. Siga as orientações sobre restrições de viagem emitidas pelo CDC (em inglês) ou pela Organização Mundial de Saúde (OMS; em inglês).

Em 8 de dezembro de 2021, a FDA emitiu uma autorização de uso de emergência para o Evusheld, um tratamento com anticorpos monoclonais contendo tixagevimabe e cilgavimabe, para a prevenção da COVID-19. O dispositivo é destinado ao uso em crianças a partir de 12 anos de idade (que pesam pelo menos 40 quilos, cerca de 88 libras) e adultos que estejam em uma categoria de alto risco. Esta autorização aplica-se apenas a indivíduos que não estejam atualmente infectados pelo vírus e que não tenham sido recentemente expostos a alguém que tenha tido resultado positivo. Este medicamento é autorizado para pessoas que têm:

  • sistema imunológico comprometido, moderado a gravemente ou

  • um histórico de reação adversa grave a uma vacina contra a COVID-19 e que não podem receber a série completa de vacinações

O Evusheld não é uma substituição à vacinação, que é a melhor proteção contra a COVID-19. O Evusheld é administrado como 2 injeções e pode fornecer proteção por 6 meses.

Lavar as mãos por, pelo menos, 20 segundos é uma maneira simples, mas importante, de se proteger e prevenir a transmissão do vírus. Se água e sabão não estiver disponível, utilize um antisséptico para mãos que contenha álcool, no mínimo, 60%.

Outras maneiras de reduzir o risco de ficar doente devido a um vírus como a COVID-19, influenza ou até mesmo o resfriado comum incluem:

  • evitar tocar seus olhos, nariz e boca.

  • Tosse ou espirre em um lenço em vez de sua mão. Ou tosse ou espirre no cotovelo, em vez de na mão, se você não tiver um lenço disponível.

  • evitar o contato próximo com pessoas doentes.

  • Se houver conhecimento de exposição à COVID-19, a limpeza com lenço ou spray desinfetante é importante.

Se você não estiver vacinado contra a COVID-19 e estiver em público, é importante usar uma máscara que cubra o nariz e a boca. Isto pode ajudar a prevenir a propagação da COVID-19 na comunidade, principalmente porque algumas pessoas com COVID-19 não têm sintomas e nem sabem que têm o vírus, ou pode ocorrer de ainda não terem desenvolvido sintomas. Você não deve usar máscaras com válvulas ou ventiladores de exalação, pois as aberturas permitem que suas próprias gotículas respiratórias saiam da máscara e podem colocar outras pessoas em risco.

Se você estiver vacinado, mas morando ou viajando em uma área com altas taxas de transmissão da COVID-19, você deve continuar a usar uma máscara quando estiver em ambientes internos em locais públicos. Se você estiver em alto risco de doença COVID-19 ou complicações devido ao seu tratamento de câncer ou outro quadro clínico, você também deve continuar a usar uma máscara nesses contextos.

Antes de as vacinas estarem amplamente disponíveis, foi recomendado o distanciamento social, permanecendo a 2 metros (6 pés) de distância de outras pessoas enquanto em público. Se você não estiver vacinado ou se estiver em alto risco de infecção grave e morar em uma área com alta transmissão comunitária da COVID-19, você pode desejar continuar o distanciamento social quando estiver em público. No entanto, em áreas de baixa transmissão comunitária, o distanciamento social não é mais necessário ou recomendado.

Não há evidência científica de que tomar vitamina C ou zinco, mesmo em doses altas, pode ajudar a prevenir a COVID-19. O uso de enxaguantes bucais e nasais, ou a ingestão de enxaguantes bucais em grandes quantidades, também não evitarão a COVID-19 e podem ser perigosos. Beber ou gargarejo com betadine ou outros produtos a base de iodo é perigoso e não ajuda a prevenir ou tratar a COVID-19. A ivermectina não prevenirá nem curará a COVID-19.

Há precauções especiais que as pessoas com câncer devem tomar?

As pessoas com câncer, pessoas que estão em tratamento ativo do câncer, pacientes mais idosos e pessoas com outros quadros clínicos crônicos e graves, como doença pulmonar, diabetes ou doença cardíaca, estão em risco mais elevado para a forma mais grave da COVID-19, que pode levar à morte. Estudos mostraram que pessoas com câncer ativo ou em progressão podem estar em maior risco do que aquelas cujo câncer está em remissão.

A vacinação contra a COVID-19 é a precaução mais importante que as pessoas com alto risco de COVID-19 grave podem tomar para se protegerem.

As pessoas que estão em maior risco de ficarem muito doentes devido à COVID-19 devem pensar cuidadosamente sobre viagens não essenciais, especialmente se a viagem envolver áreas com taxas elevadas ou crescentes de COVID-19. Isso é especialmente importante para pessoas que ainda não foram vacinadas contra a COVID-19. Se você decidir viajar, certifique-se de estar atualizado em sua série de vacinas contra a COVID-19, verifique as taxas locais de COVID-19 em seu destino, verifique se algum teste de COVID-19 ou documentação de vacinação é necessária e proteja-se usando uma máscara durante a viagem de avião ou transporte público.

Se você estiver vacinado, as atividades ao ar livre são seguras sem necessidade do distanciamento físico.

Converse com sua equipe de cuidados com o câncer sobre quaisquer precauções especiais a serem tomadas durante o tratamento do câncer ou durante as consultas médicas. Telemedicamento ou videoconferência podem ser uma opção para visitas de rotina. Verifique com sua equipe de tratamento do câncer para saber se isto é recomendado para você.

Finalmente, é sempre importante deixar escrito quais são as suas vontades com relação a atendimento médico, caso você fique doente demais para tomar decisões por si mesmo. Dessa forma, sua família e a equipe médica saberão o que é importante para você e quais são seus desejos. Se você ainda não fez isso, agora é um bom momento.  Cancer.Net tem informações valiosas sobre este assunto (em inglês). Como alguns hospitais e clínicas estão limitando visitantes e alguns não estão permitindo visitantes, deixar seus desejos sobre atendimento médico por escrito é mais importante do que nunca. Seguem alguns exemplos de perguntas importantes para fazer a si mesmo, para conversar com seus entes queridos e para anotar:

  • Que nível de qualidade de vida seria inaceitável para mim?

  • Quais são meus objetivos mais importantes se a minha situação de saúde piorar?

  • Se eu for incapaz de falar por mim, quem é a pessoa na minha vida que eu gostaria que falasse por mim?

  • Quem não deve estar envolvido na tomada de decisões por mim?

  • Se eu sofrer uma parada cardíaca, eu quero que seja feita uma RCP (reanimação cardiopulmonar)?

Alguma coisa mudará em relação às minhas visitas médicas relacionadas ao câncer?

Devido à pandemia da COVID-19, a maioria dos hospitais e clínicas modificou suas políticas de visitas. Alguns podem permitir 1 visitante por paciente, e outros podem não permitir visitantes. Máscaras e distanciamento físico geralmente ainda são necessários em ambientes de cuidados de saúde, embora isso possa variar com base na cidade em que seu hospital está. Antes de ir para a sua consulta médica, verifique com a clínica ou hospital a política de visitantes atual.

A equipe de tratamento do câncer pode mudar algumas de suas visitas para telemedicina. Durante uma consulta de telemedicina, você pode permanecer em casa e consultar seu médico ou outro membro da equipe de cuidados de saúde por meio de videoconferência usando seu telefone ou computador. O consultório do seu médico fornecerá instruções sobre como fazer sua consulta dessa forma. Se você estiver interessado em ter uma consulta por telemedicina em vez de presencial, pergunte à equipe do consultório do médico se isso é possível.

Se a disseminação da COVID-19 estiver alta na sua comunidade, o médico pode recomendar suspender alguns tratamentos de cuidados de apoio, como tratamentos de fortalecimento ósseo, por exemplo, denosumabe (Xgeva) ou ácido zoledrônico (Zometa) ou suplementação de ferro intravenoso. Eles apenas recomendarão suspender os tratamentos, se eles acreditarem que é para o seu melhor benefício fazê-lo.

No início da pandemia, testes de rastreamento de câncer, tais como mamografias ou colonoscopias, e outros exames, como exames de densidade óssea, também podem ser suspensos para reduzir o risco de exposição ao vírus. No entanto, ainda é importante fazer triagens regulares para câncer, mesmo durante uma pandemia. O site Back on the Books da Prevent Cancer Foundation [Fundação de Prevenção do Câncer] (em inglês) pode ajudá-lo a obter mais informações sobre a COVID-19 e a triagem segura para o câncer.

O que devo fazer se achar que eu possa ter COVID-19?

Se você acha que pode ter COVID-19, você deve fazer o teste para o vírus. O teste pode ser feito em farmácias locais, por meio de um teste em casa ou em seu centro de saúde local. Antes de comparecer a uma consulta médica para ser avaliada quanto à COVID-19, ligue para o consultório primeiro para informá-los de que você acha que pode ter a infecção. Uma questão comum que eu ouço dos pacientes é sobre com qual médico entrar em contato. Recomendo ligar para o médico com quem você tem mais contato. Se você encerrou seu tratamento do câncer há mais de um ano e estiver se consultando com um médico de assistência básica regularmente, você pode ligar para ele. No entanto, se você estiver se consultando com o seu oncologista mais regularmente ou estiver em tratamento ativo do câncer, ligue para o seu oncologista. Se você estiver recebendo um tratamento do câncer que suprime o sistema imune e desenvolver febre e sintomas respiratórios, ligue para seu oncologista como você faria normalmente se você desenvolvesse febre durante o tratamento. Não se esqueça de seguir a orientação sobre quando comparecer ao consultório ou hospital, e quando é mais seguro ficar em casa.

Se você fizer um exame para COVID fora do consultório do seu médico, certifique-se de informar sua equipe médica sobre os resultados do seu exame.

É importante observar que, mesmo se estiver vacinado, você ainda pode ter COVID-19, mas o risco é muito baixo e a doença provavelmente será leve.

Sintomas graves podem ser uma emergência médica, e você pode precisar chamar a emergência (911). Se você ou o seu ente querido tiver sintomas, como dificuldade para respirar, dor persistente ou pressão no tórax, nova confusão ou lábios azulados, você deverá procurar assistência médica imediatamente.

Se estiver preocupada e achar que tem COVID-19, você deve ficar em casa e se isolar enquanto aguarda os resultados do seu teste. Permanecer em casa quando estiver doente é a melhor maneira de prevenir a transmissão do coronavírus e outros vírus respiratórios, como o da gripe, a outras pessoas. Se você vive com alguém, você deve se isolar em uma parte da casa, se possível, para diminuir o risco de o vírus se espalhar para o resto das pessoas que moram com você. Se você não conseguir se isolar em sua casa, deverá usar máscaras em sua casa.

Se seu teste for positivo para COVID-19, você deve se isolar de outras pessoas por, pelo menos, 5 dias. Verifique com sua equipe de profissionais de saúde quando é seguro sair do isolamento.

Se você souber que foi exposto a alguém com COVID-19, fique atento ao desenvolvimento de sintomas, como febre (38 °C ou mais), tosse ou falta de ar. Você deve usar uma máscara assim que descobrir que foi exposto. Se você desenvolver quaisquer sintomas, faça o teste imediatamente.

Existe uma forma de descobrir se já tive COVID-19?

Testes de anticorpos, também conhecidos como testes sorológicos, foram desenvolvidos, e esses testes podem descobrir se você já teve infecção por COVID-19, identificando se há anticorpos no sangue. Os anticorpos são proteínas específicas produzidas pelo corpo em resposta a uma infecção.

Os testes de anticorpos não são perfeitos. Algumas pessoas que contraem COVID-19 podem não produzir anticorpos. Ou elas podem ter níveis de anticorpos muito baixos. Algumas pessoas podem ter um teste de anticorpos “falso positivo”, o que significa que o teste encontra os anticorpos, mas os anticorpos estão relacionados a um outro coronavírus e não à COVID-19.

Os testes de anticorpos não devem ser usados para fazer um diagnóstico atual da COVID-19. Pode levar entre 1 e 3 semanas após a infecção para que o corpo produza anticorpos.

Se você tiver tido uma infecção por COVID-19, seja diagnosticada por meio de um teste do vírus ou um teste de anticorpos, é possível (mas não certo) que você tenha imunidade por cerca de 3 meses. No entanto, se sintomas suspeitos se desenvolverem nesse período de 3 meses após a infecção por COVID-19, outro teste para COVID-19 é recomendado, a menos que haja outra causa óbvia para esses sintomas.

Se eu tiver tido COVID-19, poderei continuar o tratamento do câncer?

Se você tiver um resultado positivo para COVID-19, você deve conversar com o seu oncologista sobre o impacto disto no seu tratamento do câncer. Alguns centros de tratamento para câncer, podem exigir um teste negativo para COVID-19 antes de recomeçar a quimioterapia ou outro tratamento do câncer. No entanto, alguns pacientes com COVID-19 continuam a apresentar teste positivo, mesmo após se recuperar dos sintomas. Nesta situação, sua equipe de profissionais da saúde deve considerar os riscos e benefícios do reinício do tratamento do câncer apesar do teste positivo. Alguns tratamentos, principalmente os que não prejudicam o sistema imune, podem ser mantidos, especialmente se você tiver tido um resultado positivo para o vírus e não tiver sintomas ou tiver apenas sintomas leves.

Quando o tratamento do câncer for retomado ou continuar após a COVID-19, é importante usar máscara ao chegar na clínica de infusão ou centro de tratamento do câncer e praticar uma boa higiene das mãos usando um antisséptico ou lavando as mãos antes e após as visitas.

Existem outros tratamentos disponíveis para COVID-19?

Não há cura para a COVID-19. Os cientistas estão trabalhando com afinco para desenvolver e testar tratamentos para a COVID-19. Pesquisas clínicas são estudos que envolvem pessoas. As pesquisas clínicas para os possíveis tratamentos da COVID-19 estão agora abertas em muitos locais nos Estados Unidos e em outros países. Se você tiver sido diagnosticado com COVID-19 e decidir participar de um estudo clínico para pacientes com COVID-19, você poderá receber essas medicações. Além disso, ao entrar em um estudo clínico, sua participação ajudará os cientistas a encontrar o tratamento mais eficaz e seguro para a doença. O estudo de COVID-19 em pacientes com câncer do United States National Cancer Institute (Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, NCI) (NCCAPS; em inglês) e um estudo na Universidade de Stanford (em inglês), por exemplo, são desenhados para coletar os sintomas de pessoas que possam ter COVID-19 para ajudar os pesquisadores a entender a evolução da doença e ajudar a encontrar um tratamento.

Para pessoas com câncer que desenvolvem COVID-19 leve a moderada que não é grave, a FDA autorizou certos anticorpos monoclonais e tratamentos antivirais que podem ser úteis para reduzir as chances de a doença se tornar grave e reduzir a necessidade de hospitalização. Esses tratamentos mudaram desde 2020, então você deve conversar com seu médico sobre qual tratamento, se houver, é melhor para você. Saiba mais sobre os tratamentos para COVID-19 no site do CDC (em inglês).

Os tratamentos que não são eficazes para tratar a COVID-19 incluem hidroxicloroquina e ivermectina. Isso pode ser perigoso se for usado de forma inadequada.

Como voltamos a escola ou trabalho com segurança?

Ao frequentar a escola ou ir trabalhar, é importante estar ciente da taxa de transmissão da COVID-19 por sua comunidade local. Se você ou seus filhos não forem vacinados contra a COVID-19 ou se você estiver vacinado, mas com maior risco de COVID grave devido à imunossupressão ou outros quadros clínicos, use uma máscara facial que cubra o nariz e a boca. Use álcool 70 para as mãos com frequência e lave as mãos sempre que possível.

Trabalhe em casa e mantenha as crianças em casa se você ou elas estiverem doentes com quaisquer sintomas que possam indicar uma infecção.

Certifique-se de tomar uma vacina contra gripe (em inglês) durante a época de gripe. Isso pode ajudar a proteger você e as pessoas ao seu redor.

Quando as coisas voltarão ao normal?

As taxas de infecção pelo vírus flutuaram desde o início de 2020, mas o vírus não desapareceu e provavelmente se tornará endêmico. O uso de máscara continua sendo importante, especialmente em áreas internas de alta transmissão de COVID-19, para aqueles que estão em maior risco devido a seus quadros clínicos ou supressão imunológica, e para aqueles que não estão vacinados.

As restrições de uso de máscara e distanciamento social agora estão suspensos em muitas partes do mundo. As pessoas que são vacinadas e não têm maior risco de COVID-19 grave podem participar de atividades diárias normais, incluindo fazer compras, jantar fora e viajar.

Se você tiver dúvidas sobre seu risco pessoal devido ao câncer ou ao tratamento do câncer, fale com seu médico para obter orientações.

Onde posso obter as informações mais recentes sobre a COVID-19?

É importante permanecer atualizado sobre as informações mais recentes sobre o surto da COVID-19. Os CDCs e as secretarias de saúde locais e estaduais têm informações atualizadas que confirmam se a doença foi diagnosticada na sua comunidade.

Essas informações também estão disponíveis em espanhol e inglês.

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